Cristo no imaginário da igreja primitiva
A centralidade da pessoa de Jesus Cristo para a nova fé fez com que os cristãos desde uma época remota se defrontassem com a propriedade ou não de representá-lo visualmente. A realidade concreta e poderosa da encarnação legitimou para muitos cristãos a representação visual da pessoa do Redentor.
Inicialmente, essas representações foram apenas simbólicas e não tinham pretensões artísticas deliberadas. Tratava-se de desenhos simples, às vezes até rudimentares, na forma de afrescos e mosaicos feitos em residências particulares ou em catacumbas. Jesus Cristo podia ser representado visualmente por um peixe, por uma âncora ou pelas letras gregas “alfa” e “ômega”. O peixe era um símbolo especialmente atraente, não só em função das histórias dos evangelhos, mas porque a palavra equivalente em grego (ichthus) formava o acróstico de uma vibrante declaração de fé: “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”.
Com o passar do tempo, surgiram representações humanas mais explícitas, sendo que um dos temas mais freqüentes era a figura do Bom Pastor, sob a influência do Evangelho de João, capítulo 10. Curiosamente, até o início do quarto século praticamente não ocorreram representações artísticas da cruz e da crucificação. Os primeiros cristãos pareciam pouco inclinados a destacar visualmente a morte servil e degradante imposta ao seu Senhor, preferindo conceber a salvação nos termos suaves da amizade com Cristo, o Bom Pastor. Um belo exemplo pode ser encontrado num afresco da catacumba de Marcelino e Pedro, martirizados em Roma durante a perseguição movida pelo imperador Diocleciano (303-305).
Fonte:Alderi Souza Matos Instituto Presbiteriano Mackenzie
Postado por HRubiales
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