Sudário de Turin
Enquanto os físicos britânicos e americanos tentam entender os dados contraditórios, o livro "O Sudário de Turim", dos escritores britânicos Lynn Picknett e Clive Prince, apresenta uma mistura curiosa de análise científica e muita imaginação para explicar as anomalias encontradas na imagem. Na obra, recém-lançada no país, a dupla argumenta que o Sudário é um auto-retrato fotográfico de Leonardo da Vinci, feito provavelmente em 1492.
Leonardo Da Vinci
Apesar da tese aparentemente fantasiosa, os dois apresentam um bom resumo das controvérsias científicas em torno da misteriosa mortalha. Um dos problemas é que muitos dos pesquisadores envolvidos no estudo do Sudário nos anos 1970 e 1980 eram católicos fervorosos, tendendo a ver o pano como a "prova física" da ressurreição de Jesus. Por isso, todas as supostas provas de autenticidade da imagem são contestadas.
Dois trabalhos famosos, por exemplo, disseram ter achado pólen de plantas que só crescem juntas durante a primavera da Palestina em meio ao Sudário, o que provaria sua origem em Jerusalém, onde Cristo foi crucificado. No entanto, botânicos independentes afirmam que mesmo os melhores microscópios não permitiriam uma identificação tão precisa das espécies de plantas.
O mesmo vale para os supostos traços de sangue -- classificado como pertencente ao tipo AB -- na mortalha. Alguns cientistas argumentam que, na verdade, há ali resquícios de corantes usados por artistas medievais, como o ocre vermelho. Para piorar, o pano parece ter sido extensamente manuseado ao longo dos séculos, o que permitiria a contaminação por pólen, DNA e até sangue estranhos ao "dono" original do Sudário.
Formatação: Helio Rubiales
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